Do uso de sangue de animais até os dias modernos, a história da transfusão de sangue
Hoje dia 25 de novembro é o dia do doador voluntário de sangue, data muito importante que homenageia as pessoas que reservam um tempo de sua vida agitada para ajudar o próximo, confira abaixo algumas curiosidades sobre a evolução dos procedimentos da transfusão de sangue:
O médico do rei Luiz XIV, pioneiro da transfusão de sangue
Com base em experimentos com animais, as primeiras transfusões de sangue na história remotam ao século XVII, realizadas pelo médico britânico Richard Lower,mais precisamente em Oxford no ano de 1665. No ano de 1667, Jean Baptiste Denis, um médico do rei Luiz XIV, realizou as primeiras experiências com humanos, através de um um tubo de prata, ele infundiu sangue de carneiro em Antonie Mauroy, de 34 anos, doente mental que andava nu pelas ruas de Paris e que veio a falecer após a terceira transfusão.
Proibição do uso de sangue de animais em humanos
Na época, as transfusões eram heterólogas (entre espécies diferentes), Denis defendia essa pratica, pois acreditava que o sangue dos animais eram menos contaminados de vícios e paixões, mas posteriormente tal pratica viria a ser considerada criminosa e proibida, inicialmente pela Faculdade de Medicina de Paris, depois em Roma e na Royal Society, na Inglaterra.
Primeiros casos de sucesso em transfusão de sangue
Os primeiros positivos ocorreram em 1788, com Pontick e Landois, que realizaram transfusões homólogas,chegando a conclusão de que poderiam ser benéficas e salvar vidas. Mas a primeira transfusão com sangue humanos é atribuída a James Blundell,em 1818, depois de realizar com sucesso experimentos em animais, transfundiu mulheres com hemorragias pós-parto.
Como no final do século XIX os problemas com a coagulação do sangue continuavam da desafiar os cientistas da época, em 1869 foram iniciadas tentativas de encontrar um anticoagulante atóxico, que culminou com a recomendação do uso de fosfato de sódio. Enquanto isso, desenvolviam-se equipamentos destinados a realização de transfusões indiretas, assim como técnicas cirúrgicas para transfusões diretas, ficando esses procedimentos conhecidos como transfusão braço a braço.
Em 1901, Karl Landsteiner, imunologista austríaco, descreveu os principais tipos de células vermelhas: A, B, O e mais tarde AB, o que tornou possível estabelecer os tipos de células compatíveis e que não causariam reações desastrosas, culminando com a morte do receptor. A primeira transfusão precedida da realização de provas de compatibilidade, foi realizada em 1907, por Reuben Ottenber, porém este procedimento só passou a ser utilizado em larga escala a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Em 1914, Hustin relatou o uso de citrato de sódio e glicose como uma solução diluente e anticoagulante para transfusões,e em 1915, Lewisohn determinou a quantidade mínima necessária para a anti-coagulação, tornando mais seguras as práticas de transfusão de sangue.
Criação dos primeiros bancos de sangue
O primeiro banco de sangue surgiu em 1936, em Barcelona, durante a Guerra Civil Espanhola. Outro fato revolucionou prática da medicina transfusional foi a identificação do fator Rh, realizada por Landsteiner. Após a Segunda Guerra Mundial, com os progressos científicos e o crescimento da demanda por transfusões de sangue, surgiram no Brasil os primeiros Bancos de Sangue.
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